terça-feira, 8 de abril de 2014

A hipocrisia de Bragato

Parafraseando o ex-jogador de futebol e atual comentarista da TV e rádio Bandeirantes, Neto, só posso dizer que o deputado Mauro Bragato, do PSDB, "está de brincadeira". Ele comanda na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo uma "Frente Parlamentarista em defesa das Ferrovias". Nada mais justo, já que as ferrovias no Estado de São Paulo estão abandonadas e sucateadas. No Vale do Paranapanema, nem se fala. Afinal, ele está agindo como um deputado estadual deve agir. 
Entretanto, o que Bragato não fala e deveria falar é que as ferrovias chegaram a esta situação justamente porque o governo do Estado que ele representa, o PSDB, é quem privatizou a antiga Fepasa na década de 1990 quando Mário Covas assumiu o governo do Estado e a entregou ao governo federal, na época sob o comando de outro tucano, Fernando Henrique Cardoso, para que promovesse a sua privatização. A entrega da Fepasa foi para abater dívidas do Estado de São Paulo. Incontinenti, o governo tucano privatizou a Fepasa e várias outras estatais. Privatizou, não. Doou. O resultado é isso que estamos vendo. 
Agora, Bragato, com claro sentido eleitoreiro - afinal, estamos vivendo um ano eleitoral - se coloca como líder desta "Frente" procurando exigir da ALL que recupere e invista no vilipendiado trecho de ferrovia que vai de Botucatu a Presidente Epitácio. O que a ALL fez, após receber este trecho. Simplesmente usou, e como viu que não dava lucro, o desativou. Empresa privada age dessa forma. 
Não deu lucro, simplesmente desativa. O que o governo tucano não sabe, assim como o deputado, é que ferrovia é uma área que deve ser tocada pelo Estado. E nunca deveria ser doada como foi na época por Covas e FHC. O resultado deste descalabro é que todo ramo ferroviário do Vale do Paranapanema foi destruído e sucateado, com vagões apodrecendo ao longo da ferrovia e estações de trem depredadas e caindo aos pedaços. Um cenário dantesco. 
É importante ressaltar que, eu não sou contra as privatizações, em princípio. Quero deixar claro que não há nada de ideológico nisso. A grande briga tem sido - como a de milhares de sindicalistas e de brasileiros - pela forma como a privatização aconteceu no Brasil. Todo mundo sabe que houve uma doação do patrimônio e, em muitos casos, é como se você oferece a alguém a compra de sua casa, e ainda desse o dinheiro para o comprador pagá-la. 
O caso da Fepasa foi um dos que mais me deixou indignado. A Fepasa tinha onze mil vagões, quase mil locomotivas, cinco mil quilômetros de malha férrea e foi privatizada, doada  pela vergonhosa quantia de R$ 260 milhões, dos quais R$ 60 milhões foram pagos de entrada e o resto em prestações trimestrais por 25 ou 30 anos. Essas condições foram totalmente absurdas. Vimos, logo em seguida, os compradores diretos da Fepasa terem empréstimos de mais de R$ 200 milhões no BNDES. O ponto que tentamos colocar é que nenhum chefe de família vende uma casa que vale R$ 100 mil por R$ 10 mil, ou uma casa que vale R$ 10 mil por R$ 1 mil. É o que aconteceu no Brasil e o que aconteceu na Fepasa. Um patrimônio bilionário arrendado por, na verdade, um desembolso de R$ 60 milhões. 
Isso nunca existiu em país nenhum do mundo. Inclusive na questão dos gastos que, como sempre, o Estado fez para "preparar" a estatal para ser vendida, que é aquilo que todo mundo conhece: os programas de demissão voluntária. O Estado, o contribuinte, arcou com isso. Então, a privatização no Brasil, é realmente de indignar. No caso da Fepasa, sabendo a prioridade que existe  no transporte ferroviário em outros países, é o de pegar 5 mil quilômetros de malha e entregar como privado nas condições como ocorreu, continua sendo inadmissível para  mim. E agora o deputado Bragato vem com esta história de defender as ferrovias desta região do Estado todas sucateadas. Por favor, cobre isso do Covas e do FHC, assim como de todo o PSDB, partido ao qual o senhor pertence. 









quarta-feira, 2 de abril de 2014

A cidade virou um imenso lixão

Na última sessão da Câmara Municipal de Assis, realizada na segunda-feira, 31, o ambiente teve contornos de fortes discussões, quando o secretário municipal do Meio Ambiente, Bruno Motta, esteve no Legislativo oferecendo explicações a respeito da sua pasta, mas principalmente pelo fato de que a cidade experimenta uma situação difícil com relação aos lixos e entulhos depositados por moradores nos mais diversos pontos. 
Diante disso, a cidade virou um imenso lixão, tendo um aspecto visual nada aceitável. Ao contrário, a cidade está feia em todos os aspectos. A Câmara dos Vereadores tem feito críticas constantes em toas as sessões sobre esta situação. Entretanto, nenhuma medida foi tomada até o momento pela administração municipal para que a situação seja resolvida. 
É claro que esta situação depende em muito da educação da população. Porém, não adianta ficar esperando que a população se conscientize de uma hora para outra e não jogue lixo ou entulho em terrenos baldios, ruas e outros lugares semelhantes. Este é um processo longo que deve ter como norte e educação das pessoas. 
Enquanto isso, a Prefeitura Municipal deveria mobilizar um grande número de funcionários com o objetivo de promover uma ampla limpeza na cidade. Estes entulhos e lixos seriam recolhidos nos mais diversos bairros onde são depositados e enviados para os lugares corretos. Aquilo que fosse possível reciclar, seria encaminhado para a Coocassis, já os entulhos no local específico existente no almoxarifado municipal e o restante destinado ao aterro sanitário. 
Assis, na verdade, está necessitando de um banho de loja. As gramas de praças públicas e canteiros centrais deveriam ser separadas. As praças, principalmente, deveriam ser melhores cuidadas, já que são espaços públicos que são áreas de lazer à comunidade. 
Diante disso, sugiro um exemplo ocorrido na cidade paranaense de Ponta Grossa quando a Prefeitura, a cada final de semana, reúne um grupo de funcionários, e em conjunto com a comunidade, promove uma ampla limpeza de um determinado bairro. Deixa o bairro um brinco. Mas, é uma parceria entre Prefeitura e a comunidade. 
Além disso, a Prefeitura Municipal deveria desenvolver uma ampla campanha junto a população local no sentido de conscientizá-la a não jogar lixo ou entulhos em terrenos baldios, margens de estradas vicinais e outros espaços. Se você não desenvolver uma campanha de conscientização, educar as pessoas, não vai chegar a lugar nenhum. É o cachorro correndo atrás do próprio rabo. 
Outro aspecto que deve ser levado em conta é a necessidade da Prefeitura mobilizar o seu corpo de fiscais para punir exemplarmente aplicando multas àqueles que assim agem. Se não houver esse trabalho, não vai se chegar a nenhum lugar. Conscientização da população, trabalho dos fiscais e parceria com a comunidade são os ingredientes que podem mudar o atual cenário de lixão que Assis se transformou.