sábado, 15 de agosto de 2015

Coxinhas, hoje tem selfie com a PM?


Na marcha coxinha e golpista deste dia 16, os coxinhas ainda pagarão o mico de tirar "selfies" com PMs? Coxinhas, na verdade, são figuras tão fáceis de analisar sociologicamente, que quase não tem graça. 
É óbvio que o seu fetiche por PMs nasce do sentimento de classe, de que a polícia existe para proteger a sua classe, os ricos, e não os pobres, que merecem ser tratados com violência ou mesmo com a pena máxima. A polícia brasileira é uma das polícias mais violentas, assassinas e corruptas do mundo. 
Nem todos os policiais são corruptos, claro. Evidentemente, há muitos honestos, mas a verdade é dura. Não só existe corrupção na PM, como existe algo ainda mais maligno, uma cultura terrível de truculência e desrespeito à vida e aos direitos humanos, que resulta numa quantidade insuportável de mortes nas periferias do Brasil. 
Importantes organizações acusam as polícias brasileiras de estarem promovendo um verdadeiro massacre da juventude pobre e negra do país. Contra isso, porém, os coxinhas não protestam. Ao contrário, os coxinhas vão lá e tiram selfie, pimpões, com policiais fortemente armados. 
O massacre de 20 pessoas na Grande São Paulo ocorrida na última sexta-feira, precedida do massacre de corintianos na sede da Pavilhão 9, com envolvimento de policiais militares, mostra que há uma crise institucional em São Paulo. Uma crise de profundas repercussões. 
Como se sabe, a Segurança da São Paulo tucana se sustenta numa aliança com o PCC, Primeiro Comando da Capital. São Paulo, como se sabe, é o ÚNICO lugar do mundo em que o crime é dirigido DENTRO da cadeia pelo PCC. 
Essa aliança foi sagrada no governo tucano de Geraldo Alckmin, para suspender a tomada da capital pelo PCC, em 2006. Fez-aí a paz. 
Ficou conhecida como a "Paz do Marcola". Estabeleceu-se esse vínculo institucional: os tucanos dizem que o PCC acabou e o PCC governa o crime. Dentro e fora da cadeia. Depois, é só administrar as estatísticas de criminalidade. 
Essa chacina na noite de quinta-feira, 13 de agosto, porém, rasgou o pacto. A polícia matou dezoito, ou vinte. Quantos, em represália, o PCC chacinará? Quantos destes eram do PCC? Quantas vidas de policiais valem um único quadro do PCC, morto. A elite de São Paulo - a pior do Brasil, segundo o Mino Carta - corre o risco de não poder desfilar na marcha golpista deste domingo. Já imaginaram se o PCC resolve se vingar, ali, em frente às câmeras da Globo, na avenida Paulista? 
As dondocas cheirosas, que transformaram panelas em penicos - como disse o José de Abreu - terão coragem de chegar perto de um PM para fazer um selfie? 
É uma crise das instituições tucanas! 
Gravíssima!