sábado, 25 de abril de 2020

Bolsonaro e Moro, duas faces da mesma moeda

Durante este final de semana, mais precisamente nesta sexta-feira, Jair Bolsonaro e Sérgio Moro (seu ministro da Justiça) protagonizaram um espetáculo dantesco. Bolsonaro, que já havia demitido o seu antigo ministro da Saúde, Luiz Hnrique Mandetta, de forma conturbada, resolveu chutar novamente o balde ao demitir o ministro da Justiça, Sérgio Moro, 
Entretanto, se com Mandetta, apesar do desgaste sofrido em meio a pandemia do Coronavírus, ele conseguiu sair até de certa forma ileso da situação, com Sérgio Moro, porém, os fatos tomaram outras dimensões, principalmente em função das denúncias feitas pelo ex-ministro da Justiça contra Bolsonaro que lhe pode custar o cargo de presidente da República. 
Moro fez acusações pesadas contra Bolsonaro, dizendo que sua real intenção é interferir na nomeação do diretor geral da Polícia Federal com o objetivo claro de evitar que aja investigações que podem chegar aos seus filhos, que não são pessoas que você convidaria para jantar em casa. 
Bolsonaro contratorpedeou dizendo que Moro havia pedido para que demitisse o atual diretor geral da Polícia Federal somente em novembro quando o nomeasse para uma cadeira no Supremo Tribunal Federal (STF). 
Apesar de tamanha crise política que o Brasil vive por causa de um presidente extremamente despreparado, eleito em cima de fake news enviadas através de robôs com mentiras que levaram o povo brasileiro a elegê-lo, em um momento crucial do país que vive uma séria crise sanitária, entendo que o melhor não é se posicionar nem para um lado como para outro, e sim, ficar observando a briga. 
Moro, apesar de querer descolar de Bolsonaro neste momento, na verdade, está ligado umbilicalmente à criatura. Através de suas decisões como juiz da 13ª Vara Federal de Curitiba, quando comandou a Lava-Jato, promoveu sérios problemas para o ordenamento jurídico do país, tomando decisões que receberam críticas em todo o planeta. 
Ele usou do cargo para se locupletar politicamente, e Bolsonaro disse isso com todas as letras quando afirmou que Moro o procurou por várias vezes enquanto juiz federal. Moro, na realidade, usou de todos os artifícios jurídicos possíveis para levar Dilma Rousseff ao impeachment e prender o ex-presidente Luiz Ignácio Lula da Silva, favorito disparado nas eleições de 2018. E de forma nojenta e totalmente antiética, se tornou ministro da Justiça do principal adversário de Lula nas eleições passadas. Não é necessário dizer mais nada de que forma Moro esteve ligado a toda esta situação absurda, e que, em qualquer país sério, com certeza, responderia criminalmente por suas atitudes. 
Moro é extremamente ligado a Bolsonaro e só deixou o posto que comandava quando observou que o presidente estava cortando suas asas. Na verdade, enquanto juiz e ministro da Justiça, Moro é uma figura que nada fez. Sempre foi uma figura apática no comando desses cargos. Aliás, sempre usou estes cargos com fortes pretensões políticas visando as eleições de 2022. Quando observou que seu projeto estava indo água baixo, fez este teatro todo. 
Vai embora, sem deixar saudades. Ao contrário, Moro é uma pessoa pior que Bolsonaro. O presidente é uma figura escrota que não consegue articulação junto ao meio político e na sociedade. Moro é uma figura escrota que tem este poder de articulação. Na verdade, o Brasil não merecia tais figuras maquiavélicas.