segunda-feira, 13 de abril de 2015

Um golpe contra os trabalhadores

Na noite do dia 8 de abril, a Câmara dos Deputados aprovou o texto do Projeto de Lei (PL) 4.330, que regulamenta a atividade de terceirização no país. Dos 463 deputados, 324 votaram a favor e 137 contra.
Ah! Muita gente diz, quando tem projeto em discussão, que não tem nada a ver com isso. Porém, benefícios ou malefícios, trazidos pelos projetos aprovados, chegam até o povo. Questionando sobre tal projeto, extremamente antipopular, chegou à seguinte conclusão sobre a terceirização.
Bem, se você não se preocupa com décimo-terceiro-salário, adicional de férias, FGTS e Previdência Social, então, nem leia esse post. Caso contrário, deveria sabe que o projeto de lei, de autoria do deputado federal Sandro Mabel (PMDB-GO), legaliza a contratação de prestadoras de serviços para executarem atividades-fim em uma empresa.
Ou seja, de uma hora para outra, a empresa em que você trabalha pode pedir para você abrir uma empresa individual e começar a dar nota fiscal mensalmente para fugir de impostos e tributos. Por exemplo, uma usina de cana contrata trabalhadores de outra empresa para produzir cana para ela. Dessa forma, se livra dos direitos trabalhistas e sociais a que seu empregado teria direito, jogando a batata quente para o colo de uma pessoa jurídica menor. Quem nem sempre vai honrar os compromissos assumidos, agir corretamente ou mesmo pagar os salários. Antes da ação do poder público para regularizar essa esbórnia, havia usinas no interior paulista sem um único cortador de cana registrado, enquanto milhares se esfolavam no campo para garantir o açúcar do seu cafezinho e o etanol limpo do seu tanque.
Casos famosos de flagrantes de trabalho escravo surgiram por problemas em fornecedores ou terceirizados. O governo federal e o Ministério Público do Trabalho puderam responsabilizar essas grandes empresas pelo que aconteceu na outra ponta por conta de uma decisão do Tribunal Superior do Trabalho, que garante a responsabilidade sobre os trabalhadores terceirizados na atividade-fim.
Centrais sindicais afirmam que isso pode contribuir com a precarização do trabalho. E as pessoas-empresa irão se multiplicar e o nível de proteção do trabalhador cair. Quem tem um emprego fixo e quer alguma estabilidade e segurança, condições conquistadas a duras penas e presentes na Consolidação das Leis do Trabalho, corre sérios riscos. A terceirização tresloucada transforma a dignidade em responsabilidade de ninguém.
Mais ou menos assim. Um consórcio contrata o Zezinho para tocar um serviço, que subcontrata. O joãozinho, que subcontrata o Pedro, que deixa tudo na mão de três pequenas empreiteiras do Paulo, do Ferreira e do Antônio. Às vezes, Paulo, Ferreira e Antônio não têm as mínimas condições de assumir turmas de trabalhadores, mas conduz o barco mesmo assim. Aí, sob pressão de prazo e custos, aparecem bizarrices. Depois, quando tudo acontece, Zezinho, Joãozinho e o consórcio dizem que o problema não é com eles. Afinal, eles não rabiscaram carteira de trabalho alguma. E aí, ninguém quer pagar o pato. Literalmente, ficam os trabalhadores a ver navios.
Então, parabéns aos empresários que venceram mais uma. E, deputados, favoráveis envergonharam e desceram, novamente, o cacete nos eleitores, trabalhadores, para favorecer os empresários, financiadores de campanha.
A situação é extremamente grave e a sociedade brasileira, como um todo, necessita se mobilizar contra este projeto extremamente draconiano. O Brasil será transformado em uma nova China com trabalhadores atuando de forma precária. Por isso, fica o apelo. Dilma veta este projeto, pelo amor de Deus. Em nome de todos os trabalhadores.

Nenhum comentário:

Postar um comentário