quarta-feira, 21 de setembro de 2016

Lula deveria pedir asilo a uma embaixada




Após o golpe de Estado perpetrado no Brasil reunindo os barões da mídia, amplos setores do Judiciário e a elite, a intenção agora é tirar o ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva de ser candidato à presidência da República em 2018. Para isso, os procuradores e o juiz Sérgio Moro, com atitudes que fazem corar Torquemada, planejam processar Lula e até mesmo sua prisão, assim como de sua família. É uma ópera bufa farsesca. Estamos vivendo a ditadura de juiz que se acha "dono da verdade", que faz uma Justiça seletiva, e quando há inúmeras delações envolvendo amplos setores golpistas do PSDB, PMDB e DEM, simplesmente deixa de lado. É algo próprio de ditaduras. Afinal, os julgamentos são todos farsescos, lembrando-nos do "O Processo" de Franz Kafka. 
Diante desta situação, comungo com a ideia de amplos setores da intelectualidade brasileira de que Lula e sua família deveriam pedir asilo a uma embaixada estrangeira para escancarar de vez o golpe de Estado no Brasil. 
O golpe de Estado perpetrado no Brasil afastou o país da democracia enquanto valor universal; curioso é que os golpistas têm vergonha de assumirem-se golpistas, mas o adjetivo passa a compor de forma indelével suas biografias. Curioso como a direita nega o que é...Não debate, por exemplo, que o golpe brasileiro, travestido de impeachment, repete o método que ocorreu em Honduras. E não se negue que em Honduras ocorreu um golpe de Estado, deposição do presidente de Honduras como tal. 
E há o caso do Paraguai, que guardando similaridades com o golpe de Honduras por certo será caracterizado como um golpe de Estado também. E o caso brasileiro? 
Bem, em seu primeiro comunicado oficial após o afastamento da presidente Dilma Rousseff pelo Senado, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), que faz parte da Organização dos Estados Americanos (OEA), sugeriu que houve um golpe de Estado no Brasil. A CIDH expressou a sua preocupação frente às denúncias sobre irregularidades, arbitrariedades e ausência de garantias do devido processo nas etapas do procedimento e reconheceu que o julgamento político está previsto em normas de países da América Latina e que pode ser realizado pelo Poder Legislativo em várias dessas nações, mas as garantais mínimas de defesa nos procedimentos devem ser respeitadas, principalmente se esses procedimentos puderam afetar os direitos humanos de uma pessoa e que o cumprimento desses princípios tem particular relevância nos assuntos que versam sobre funcionários públicos eleitos por voto popular, como é o caso da presidente Dilma Roussef. 
Mas o golpe de Estado no Brasil não para no dia 31 de agosto de 2016. Ele prossegue com a retirada de inúmeros direitos da população que vai começar a sentir estes efeitos após as eleições municipais porque o objetivo do governo golpista é justamente evitar o impacto destas medidas no processo eleitoral para os seus candidatos. 
Mas, entre os principais direitos estão um julgamento justo, o que não existe no Brasil destes golpistas. Infelizmente, representantes de uma classe média alta que chegam ao topo do Judiciário e do Ministério Público agem de forma policialesca e ditadorial para entronizar no poder falsários e golpistas que conspiram contra o povo pobre brasileiro. 



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