De acordo com as últimas pesquisas eleitorais, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) poderá ser reeleito já no primeiro turno. De acordo com os institutos de pesquisas - Ibope e Datafolha - Alckmin teria hoje 51% dos votos. Mesmo desconfiando do resultado - já que o instituto do Grupo Folha é famoso por suas lucrativas ligações com o PSDB -, ele evidencia o grau de desinformação da sociedade. O eleitorado paulista, sempre tratado como conservador, parece desconhecer o desastre tucano no Estado. Pode reeleger o "picolé de chuchu" e, logo na sequência, ficar sem água nas suas residências.
Com a criminosa cumplicidade da mídia, Geraldo Alckmin evita tratar deste tema tão delicado. O racionamento da água proveniente do Sistema Cantareira - que abastece 8,8 milhões de pessoas - já é realidade em vários bairros da capital e cidades da região metropolitana de São Paulo e já prejudica centenas de indústrias, que inclusive demitiram mais de três mil operários em decorrência da queda na produção. No setor comercial, restaurantes já paralisaram suas atividades em função de problemas de higiene. Até em bairros nobres, como na boêmia Vila Madalena, bares e restaurantes têm fechado seus estabelecimentos mais cedo. Proprietários de lava-jatos também relatam a falência dos seus negócios.
Na verdade, se trata de uma gestão irresponsável e criminosa. O quadro é grave e piora a cada dia. Nem as chuvas da última semana conseguiram conter a tragédia no Sistema Cantareira, que já utiliza o seu "volume morto" - reserva técnica - há dois meses. Segundo a própria Sabesp, as fortes chuvas de sexta-feira, 26, apenas mantiveram estável o nível dos reservatórios. O sistema continua com apenas 7,2¨% da sua capacidade, o seu menor índice histórico para o mesmo período. Segundo especialistas, para melhorar o nível do reservatório, a chuva precisaria ser mais intensa e durar, no mínimo, um mês. Diante deste quadro, eles preveem que o Sistema Cantareira deve zerar totalmente nos próximos cinquenta dias. Ou seja, depois da eleição!