terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

Mídia esconde o cerco ao governador tucano no Paraná


Um fato político de extrema importância aconteceu na semana passada no Paraná. A população saiu às ruas e em Curitiba impediu que os deputados entrassem na Assembleia Legislativa para votar o "pacote de maldades" do governador tucano Beto Richa. Curitiba viveu uma das maiores manifestações de sua história. 
Milhares de servidores públicos, trabalhadores e estudantes obrigaram o governador Beto Richa, do PSDB, a recuar no chamado "pacote de maldades" enviado à Assembleia Legislativa. Entre outros disparates, o tucano propunha confiscar a previdência dos servidores para tapar rombos da antiga administração - dirigida por ele mesmo!
Deputados chegaram de camburão, reuniram-se no restaurante e, ainda assim, não conseguiram votar o pacote. Notícia daquelas, de repercussão nacional, exceto na mídia de fora da região. Em todas as cidades do Paraná, professores colocaram as carteiras para fora das escolas e passaram a conversar com a população sobre o disparate do governador tucano Beto Richa. Entretanto, a mídia nacional simplesmente ignorou o que aconteceu no Paraná, dando pouco espaço a um acontecimento de extrema importância.
Foi na capital do Paraná. Mesmo Estado onde fica a Londrina do juiz Sérgio Moro, sede do antigo Bamerindus vendido a preço simbólico ao HSBC e do Banestado (Banco do Estado do Paraná), pivô da CPI que durante os anos 90 catapultou o doleiro Alberto Yousseff para manchetes. Mera coincidência, talvez... Esta é a mídia que nós temos, e que infelizmente, tem pessoas que são contra a democratização da comunicação no Brasil. 

O ESCÂNDALO HSBC - Outro assunto de extrema importância revelado na semana passada escondido ao máximo pela grande mídia foi de que o HSBC na Suiça ajudou milionários a ocultar bilhões de dólares e assim fugir do fisco em seus países de origem. A lista é ecumênica: inclui desde ricaços tidos como "limpos" até traficantes, ditadores e criminosos dos mais variados. 
São mais de 100  mil contas. O valor da maracutaia internacional passa de US$ 100 bilhões. Em moeda local, algo perto de R$ 300 bilhões. O argumento de que o tema está distante do leitor nacional não resiste aos fatos: cerca de 9 mil clientes envolvidos na falcatrua são brasileiros; o HSBC é um dos maiores bancos a operar no país; e, pelo que a investigação conseguiu apurar, a roubalheira decolou depois da aquisição pelo HSBC, de um banco e de uma holding de propriedade de Edmond Safra. A familiaridade do sobrenome com o Brasil, embora não seja prova de nada, dispensa comentários e deveria ser suficiente para aguçar a curiosidade de qualquer jornalista. 
Surpresa: o assunto praticamente desapareceu, a não ser quando encontram supostas conexões com o pessoal do Lava Jato. Esquisito. E os outros milhares de correntistas brasileiros premiados, desapareceram? A história não fecha. Aliás, é a segunda vez que um trabalho do Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos recebe tratamento desprezível no Brasil. 
Lamentável, sob todos os aspectos. Aliás, o colunista da "Folha", Benjamin Steinbruch, está na lista do HSBC com uma conta destas na Suiça. O "jornalão" não vai investigar o seu "colunista"? 


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