quarta-feira, 10 de junho de 2015

Um ditador na presidência da Câmara dos Deputados

Lamentavelmente, o Brasil assiste hoje espetáculos dantescos e lamentáveis vindos do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) em Brasília. Na votação do projeto de terceirização, Cunha determinou que a polícia atacasse manifestantes, fazendo com que vários deles ficassem feridos. E, na votação do projeto de redução da maioridade penal, o mesmo aconteceu, com a "polícia" da Câmara - olhe que absurdo, Legislativo ter polícia - atacar os manifestantes com gás. 
Um local que deveria ser a caixa de ressonância do povo brasileiro, está a mercê de um ditador da pior espécie. Como bem disse o ex-deputado e ex-ministro, Ciro Gomes, Eduardo Cunha não passa de "um pilantra", com envolvimento em vários escândalos no Rio de Janeiro e aguardando a tornozeleira por sua participação no "Lava-Jato". 
Este ditador que hoje comanda a Câmara dos Deputados é responsável por uma agenda extremamente conservadora no Brasil, aliado a uma alcateia de deputados-pastores evangélicos, tentando fazer do Brasil uma república religiosa. 
Não poderia ter figura mais emblemática de um Congresso conservador, atrelado aos interesses dos setores econômicos que financiam as campanhas eleitorais da maioria dos deputados, como os bancos, as multinacionais e o agronegócio, assim como do fisiologismo do toma-lá-dá-cá do que Eduardo Cunha. 
Ao dizer que o aborto só entraria em pauta no Congresso Nacional passando por cima do seu cadáver, Cunha só demonstrou mais uma vez que vai continuar sua cruzada contra os direitos das mulheres e LGBTs, só que desta vez com a prerrogativa de ser o presidente da casa. Como deputado, Cunha tem uma fila de projetos homofóbicos e de ataques aos direitos reprodutivos das mulheres. Conseguiu o desarquivamento do seu projeto - olha só que pérola - que cria o "Dia do Orgulho Heterossexual", u ma aberração provocativa, desdenhando de toda a discriminação e violência sofrida pelos LGBTs. Ele tem um projeto que prevê a regulamentação de cadeia de até 10 anos para médicos que auxiliarem mulheres a fazer aborto. Mas a obsessão de Cunha em querer perseguir os direitos das mulheres não acaba por aí. Ele apresentou um Projeto de Lei que proíbe a pílula do dia seguinte como método profilático em casos de violência sexual. 
Essa ânsia de Cunha de se mostrar como campeão do conservadorismo tem uma explicação. Cunha tem sua base eleitoral entre as igrejas neopentecostais. Mas por trás de todo o teatral conservadorismo que Cunha e seus amigos Marcos Feliciano e pastor Everaldo gostam de mostrar, estão interesses materiais mais mundanos. Como é suspeito da Operação Lava Jato de ter favorecido alguns agentes de fundos de pensão, como Eric Bello, acusado de desviar dinheiro da Rioprevidência. Também utiliza sua influência política como moeda de troca para indicar apadrinhados em fundos de pensão e outros órgãos do governo, como a chefia de Furnas e a secretaria de defesa agropecuária. 
O atual presidente da Câmara é um ardoroso financiador do financiamento privado de campanha e, para a sua última campanha, recebeu R$ 6,8 milhões e m doações de empresas como Vale, AmBev, Bradesco, Santander, Safra e Shopping Iguatemi. 
É esta figura maléfica que comanda a Câmara dos Deputados em Brasília. 


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