Quem
já teve a oportunidade de assistir ao filme “Na Terra do Amor e do Ódio”,
primeiro como diretora da atriz Angelina Jolie, tem uma noção exata da sordidez
humana. O filme conta a guerra civil que desintegrou a Iugoslávia na década de
1990 em sete países, e nos mostra de que forma sórdida os sérvios perseguiram e
mataram milhares de muçulmanos bósnios da pior forma possível. Eu,
particularmente, há muito tempo não acredito na “humanidade fraterna” como
apregoam religiosos. O homem é mau por natureza.
A sordidez humana pode ser visto na morte da ex-primeira dama, dona
Marisa Letícia. O que foi feito através de redes sociais é algo nojento e
perverso. Não existe uma justificativa
para que alguém celebre a morte de outra pessoa. Mas o que as pessoas estão
fazendo é expressar um ódio por uma figura pública que pode ter supostamente o
prejudicado. Essa comemoração mórbida é uma expressão de ódio, de intolerância
e de falta de ética que vivemos no Brasil pós-golpe de Estado incentivado
principalmente pela Rede Globo de Televisão.
A morte
de Dona Marisa Letícia é o triunfo físico da narrativa de ódio reinaugurada
pela direita brasileira, a partir da vitória eleitoral de Dilma Rousseff, em
2014, contra as forças reacionárias capitaneadas pela candidatura de Aécio
Neves, do PSDB.
Em sua
insana odisseia pela retomada do poder, ainda quando o TSE contabilizava os
últimos votos das eleições presidenciais, Aécio e sua turma de mascarados se
agregaram, não sem uma sinalização evidente, aos primeiros movimentos da
Operação Lava Jato e com ela partiram, sob os auspícios do juiz Sergio Moro,
para a guerra de tudo ou nada que se seguiu.
Foi esse
conjunto de circunstâncias, tocado pela moenda de antipetismo e ódio de classe
azeitada diuturnamente pela mídia, que minou a saúde de dona Marisa, não sem
antes submetê-la ao tormento da perseguição, do constrangimento, da humilhação
pública, da invasão cruel e desumana de sua privacidade.
A
perseguição ignóbil ao marido, Luiz Inácio Lula da Silva, aliada à permanente
divulgação de boatos sobre os filhos, certamente contribuíram para que Dona
Letícia, a discreta primeira-dama, tivesse a saúde atingida. Para atingir Lula,
a quem não tiveram coragem de prender, o esgoto da mídia e seus serviçais da
política envenenaram a nação com ódio, rancor e ressentimento, nem que para
isso fosse preciso atingir a vida de toda a família do ex-presidente.
Não sem
antes vazar as imagens de sua tomografia cerebral, como um troféu grotesco de
certo jornalismo abjeto oferecido às hienas que dele se alimentam. É inevitável controlar os pensamentos e sentimentos, no
entanto, é possível controlar o que será compartilhado nas redes sociais. A
morbidez, a intolerância e o ódio estão tão na moda que existem até os ‘haters’.
E agora essas atitudes de intolerância começam a surgir até mesmo em casos
delicados como uma morte.
A
crise não é só política e econômica! Há uma crise de humanidade. O ser humano
está cada dia mais frio, mais insensível e mais afastado da espiritualidade.
Fazer chacota e comemorar a morte de outro ser humano, seja ele qual for, nos
aproxima da mais primitiva barbárie. Nos coloca no mais baixo grau do processo
evolutivo. Tem que ser muito espírito de
porco para envolver política e cuspir ódio numa situação dessas. Não se trata
de primeira dama, ou quem é o marido. Ali ainda existe um ser humano que merece
respeito.
A morbidez, a intolerância e o
ódio estão tão na moda que existem até os ‘haters’. E agora essas atitudes de
intolerância começam a surgir até mesmo em casos delicados como uma morte.
Prestem atenção no que aconteceu
na ex-Iugoslávia. Tudo começou após a morte do Marechal Tito com expressões de
ódio dos sérvios contra os bósnios. A história nos conta a carnificina que
virou a “Suíça dos Balcãs”.
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