A Independência, assim como a História do Brasil, é uma
grande farsa
Quem já não teve a oportunidade de ver o famoso quadro de
Pedro Américo com D. Pedro I empunhando a espada no bairro do Ipiranga em São
Paulo gritando “Independência ou Morte”. Quem não se aprofunda na História do
Brasil pode achar que D. Pedro I é um herói brasileiro que colocou a sua vida
em risco para que o Brasil ficasse livre das amarras de Portugal. Tudo mentira.
D. Pedro I não é um herói, ao contrário, foi um déspota absolutista e sanguinário.
Mais à frente poderão verificar tal fato. Na verdade, a Independência
brasileira foi um grande acordo entre as elites brasileiras e a coroa
portuguesa. No início do século XVIII, o Brasil vivia várias revoltas populares; o país estava em estado
pré-revolucionário, com a possibilidade de ondas separatistas em vários
Estados. A mais conhecida, entretanto, é a Revolução Farroupilha no Rio Grande
do Sul. Mas, há várias. Diante da situação, D. João VI teve uma conversa franca
com o filho, D. Pedro I, e isso está nos anais do Museu Nacional de Lisboa.
Portugal devia uma fábula, na época, para a Inglaterra, o grande império dos
séculos XVIII e XIX. A expansão imperialista foi tamanha no século XIX que foi
nesta época que surgiu a expressão "O Sol nunca se põe no Império
Britânico", o que era uma verdade. Tendo territórios em todos os pontos do
globo, o Sol estava brilhando ao menos em um deles sempre. Tal Império estendia-se
do Caribe (Honduras Britânicas e Guiana Inglesa) até a Austrália e ilhas
remotas do Pacífico, passando por um terço da África (destaque para a África do
Sul, Nigéria, Egito, Quênia e Uganda), Índia, Birmânia e China, chegando no seu
limite a dominar 20% das terras do planeta e 25% de sua população.
Pressionado pelos ingleses, D. João VI propôs a D. Pedro I que assumisse a
dívida dos portugueses com a Inglaterra, e dessa forma, concederia a
Independência do Brasil. Como estava pressionado por inúmeras revoltas, D.
Pedro I aceitou a proposta, o Brasil assumiu uma dívida gigantesca que não
tinha condições de pagar, e ao retornar, reuniu a cavalaria imperial e disse “Independência
ou Morte” passando a ser “herói”. Na verdade, esta dívida monstruosa só foi
paga quase dois séculos depois por Lula no início dos anos 2000. Outro absurdo:
a independência concretiza-se com o governo de um membro da própria família Real
portuguesa, D. Pedro I. Sua justificativa para que D. Pedro I ocupasse o trono
brasileiro era muito forte, pois, se tratava de um herdeiro legítimo para os
portugueses, e que foi aceito pela maioria da elite brasileira, por garantir um
processo separatista com poucas alterações estruturais, principalmente porque
na América Espanhola, as revoltas eram intensas lideradas por Simon Bolivar. Além
disso, D. Pedro I, como foi dito anteriormente, agiu como um déspota em seu
reinado sufocando inúmeras rebeliões matando centenas de brasileiros. Para
isso, ele contratou mercenários ingleses. Uma das mais famosas é o Massacre de
Brigue Palhaço, em 1823, em Belém, no Pará, durante o processo emancipatório
brasileiro. Mercenários ingleses encarceraram em um porão de um navio
aproximadamente 250 brasileiros e os assassinaram cruelmente quase todos. Para
isso, usaram cal, água envenenada, calor e a falta de ar. Os confrontos entre
mercenários ingleses e revoltosos se deu em consequência dos constantes ataques
aos comerciantes portugueses e ingleses que estavam na região. Tudo isso, a
mando de D. Pedro I. Isso é ser herói, ou na verdade, foi um déspota sanguinário
a serviço dos interesses dos portugueses?
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