segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018

A moral dos imorais

Desde a semana passada, vazou que juízes federais, estaduais ou que ocupam altos cargos nas cortes brasileiras recebem auxílio-moradia, mesmo que a maioria deles possui casa própria e recebem salários em torno de R$ 30 mil mensais. As justificativas são as mais estapafúrdias possíveis, já que alegam que não recebem (?) aumento salarial desde 2016 e o auxílio-moradia serve como “complemento salarial”.
O recordista, segundo levantamento realizado neste domingo (4) pelo jornal “Folha de S. Paulo”  é o desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo, José Antonio de Paula Santos Neto, que possui 60 imóveis e recebe o benefício. Suas propriedades estão distribuídas em bairros valorizadas da capital, como Bela Vista, Perdizes e Pacaembu. de R$ 30.471,11, disse que considera inadequado o recebimento do auxílio-moradia, mas justificou a prática alegando que os demais juízes que têm imóveis próprios também recebem o benefício. Além disso, ele também alegou que o recebimento da verba é uma forma encontrada para driblar a fa
À reportagem, o juiz, que tem salário lta de reajuste nos salários dos juízes.
O juiz Sergio Moro também é outro que recebe o auxílio-moradia, mesmo habitando em imóvel próprio em Curitiba. O mesmo ocorre com os três desembargadores do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) de Porto Alegre.
São fatos lamentáveis e desagradáveis, principalmente porque é extremamente imoral o recebimento destes valores. Afinal, se alguém tem que dar exemplo é o juiz que aplica a lei. No caso específico do auxílio-moradia, se é legal, baseado em uma decisão do ministro Fux, do STF, é imoral.
Será que estes juízes já visitaram  - ou passaram – perto de favelas ou mesmo das periferias das cidades para observarem como as pessoas moram? Vivem em situação de penúria, vegetando em meio a uma desordem social. O que é mais grave é que estas pessoas trabalham duro diariamente para recolherem impostos elevadíssimos para pagarem justamente o auxílio-moradia dos magistrados.
Não é correto que isso aconteça. É um escárnio com a população, principalmente a mais pobre. Aquela que sofre as agruras de um país injusto no dia a dia. Não é difícil dizer que os juízes formam hoje uma casta de privilegiados no Brasil.
É lamentável observar as declarações do corregedor nacional de Justiça, ministro João Otávio de Noronha, ao dizer que esta questão do auxílio-moradia dos juízes é “picuinha política”.  A população brasileira tem direito, sim, de discutir algo tão importante como esta. Afinal, o por quê juiz tem que receber auxílio-moradia se na cidade onde reside possui imóvel próprio? Os trabalhadores recebem auxílio-moradia? Ao contrário, necessitam trabalhar muito para pagar preços abusivos de aluguéis.
Isso não é picuinha. Isso é imoralidade.

Como juízes vão combater a corrupção, se são beneficiados por algo imoral? Isso faz com que o Judiciário tenha uma péssima imagem junto à população. É um poder mastodonte, vagaroso e que não tende as necessidades da população. Lamentavelmente, podemos dizer que essa é a moral dos imorais.

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