quarta-feira, 17 de junho de 2015

A "Folha" fascista e outros fascistas



O jornal "Folha de S. Paulo", a exemplo de "Veja" e outros lixos, é um órgão de imprensa, aquilo que se chama hoje de PIG - Partido da Imprensa Golpista. Entretanto, na edição do último sábado, este "lixo" foi além. Após pedir que o governador Geraldo Alckmin (PSDB), de quem ganha polpudas quantias mensais com assinaturas do jornal para todas as escolas do Estado, reprimisse os professores, a "Folha" disse que os professores saíram derrotados da longa greve que teve início no dia 13 de março. 
Este "jornal" de ultradireita vem se especializando em insuflar a "direita reacionária" no Brasil e dá nojo com suas matérias tendenciosas. Alinhado ao PSDB até a medula, só falta o tucano no alto da página, este jornal se tornou inimigo dos professores - assim como de qualquer movimento social. Por isso, o correto é que os professores de todo o Estado de São Paulo - assim como os sindicatos - boicotem este jornal, cancelando assinaturas, evitando que as pessoas sejam intoxicadas com sua onda fascistóide. 
Entretanto, a onda fascista não atinge apenas a chamada "Grande Imprensa", o PIG. Ficou chocado com a agressão verbal ao frentista haitiano no Rio Grande do Sul ou com o colunista da "Veja" que pediu "menos escolas, mais prisões?". Pois esse surto nazifascista que o Brasil vem assistindo acaba de ganhar um novo capítulo antes mesmo que os anteriores tivessem sido digeridos. Na última edição dominical da "Folha" - o jornal que transportava presos políticos após o golpe de 64 em seus veículos para serem torturados e mortos no DOI-CODI - um colunista saiu em defesa da desigualdade de renda no Brasil (?). 
Ao longo dos últimos dois anos, o país assistiu a uma ascensão do "pensamento" de ultradireita que não encontra paralelo nos 125 anos de vida republicana do país. Mesmo a ascensão nazifascista que levou à ditadura militar (1964-1985) não se compara ao que está acontecendo, pois naquele momento, a ultradireita encontrou forte resistência à esquerda, enquanto que hoje, a resistência vai de pífia a inexistente. 
Após a longa digressão, vamos ao novo episódio assustador. Quem fez essa "defesa da desigualdade" foi o colunista da "Folha", Hélio Schwartsman. O texto de Shwartsman foi publicado sob o título repugnante "Uma defesa da desigualdade". O conteúdo da coluna até admite que reduzir a escandalosa desigualdade de renda e de oportunidade no país poderia ter alguns efeitos benéficos que o autor daquilo identifica mal. Infelizmente, é mais um desses idiotas que escreve aquilo que o patrão dele quer, para não ser demitido. 
Mas, o festival de fascismo não pára aí. Como o líder deles é o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, ele encontrou finalmente uma brecha para ajudar os seus colegas pastores evangélicos que ganham rios de dinheiro às custas da boa fé do povo. 
Agora tem as exigências de ordem espiritual, simplesmente, como descreve o bom jornalista (esse, sim), Tales Faria: "Cunha quer o compromisso da presidente Dilma Roussef de que não vetará a isenção de impostos sobre as chamadas "comissões" que líderes religiosos recebem de algumas igrejas evangélicas por baterem metas de atração de fiéis e de recolhimento de dízimos".  
Tá certo, é a "produtividade", não é? Afinal, narra o repórter, o fato de servirem como remuneração "extra" de pastores torna um absurdo que a Receita tenha lhes aplicado multas que somam R$ 300 milhões, para as quais o presidente da Câmara quer anistia, sem o veto de Dilma. 
Acima é Cunha, o homem a quem a oposição está entregando o Brasil. E, entregando a si própria. Depois das orações, logo estaremos ouvindo aquele "derrama, senhor, derrama"...
É o país que os fascistas estão querendo transformar o Brasil. Senhor, afasta de mim este cálice. 


quarta-feira, 10 de junho de 2015

Um ditador na presidência da Câmara dos Deputados

Lamentavelmente, o Brasil assiste hoje espetáculos dantescos e lamentáveis vindos do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) em Brasília. Na votação do projeto de terceirização, Cunha determinou que a polícia atacasse manifestantes, fazendo com que vários deles ficassem feridos. E, na votação do projeto de redução da maioridade penal, o mesmo aconteceu, com a "polícia" da Câmara - olhe que absurdo, Legislativo ter polícia - atacar os manifestantes com gás. 
Um local que deveria ser a caixa de ressonância do povo brasileiro, está a mercê de um ditador da pior espécie. Como bem disse o ex-deputado e ex-ministro, Ciro Gomes, Eduardo Cunha não passa de "um pilantra", com envolvimento em vários escândalos no Rio de Janeiro e aguardando a tornozeleira por sua participação no "Lava-Jato". 
Este ditador que hoje comanda a Câmara dos Deputados é responsável por uma agenda extremamente conservadora no Brasil, aliado a uma alcateia de deputados-pastores evangélicos, tentando fazer do Brasil uma república religiosa. 
Não poderia ter figura mais emblemática de um Congresso conservador, atrelado aos interesses dos setores econômicos que financiam as campanhas eleitorais da maioria dos deputados, como os bancos, as multinacionais e o agronegócio, assim como do fisiologismo do toma-lá-dá-cá do que Eduardo Cunha. 
Ao dizer que o aborto só entraria em pauta no Congresso Nacional passando por cima do seu cadáver, Cunha só demonstrou mais uma vez que vai continuar sua cruzada contra os direitos das mulheres e LGBTs, só que desta vez com a prerrogativa de ser o presidente da casa. Como deputado, Cunha tem uma fila de projetos homofóbicos e de ataques aos direitos reprodutivos das mulheres. Conseguiu o desarquivamento do seu projeto - olha só que pérola - que cria o "Dia do Orgulho Heterossexual", u ma aberração provocativa, desdenhando de toda a discriminação e violência sofrida pelos LGBTs. Ele tem um projeto que prevê a regulamentação de cadeia de até 10 anos para médicos que auxiliarem mulheres a fazer aborto. Mas a obsessão de Cunha em querer perseguir os direitos das mulheres não acaba por aí. Ele apresentou um Projeto de Lei que proíbe a pílula do dia seguinte como método profilático em casos de violência sexual. 
Essa ânsia de Cunha de se mostrar como campeão do conservadorismo tem uma explicação. Cunha tem sua base eleitoral entre as igrejas neopentecostais. Mas por trás de todo o teatral conservadorismo que Cunha e seus amigos Marcos Feliciano e pastor Everaldo gostam de mostrar, estão interesses materiais mais mundanos. Como é suspeito da Operação Lava Jato de ter favorecido alguns agentes de fundos de pensão, como Eric Bello, acusado de desviar dinheiro da Rioprevidência. Também utiliza sua influência política como moeda de troca para indicar apadrinhados em fundos de pensão e outros órgãos do governo, como a chefia de Furnas e a secretaria de defesa agropecuária. 
O atual presidente da Câmara é um ardoroso financiador do financiamento privado de campanha e, para a sua última campanha, recebeu R$ 6,8 milhões e m doações de empresas como Vale, AmBev, Bradesco, Santander, Safra e Shopping Iguatemi. 
É esta figura maléfica que comanda a Câmara dos Deputados em Brasília. 


segunda-feira, 25 de maio de 2015

Censura vergonhosa

O vereador do PT e radialista, Reinaldo Nunes, e o presidente do Sindicato dos Funcionários Públicos Municipais de Assis, Paulo Tito, estavam há cerca de três meses aproximadamente comandando um programa de meia hora na rádio Cultura AM a partir das 6h30. Entretanto, eles foram surpreendidos na semana passada por um comunicado do proprietário da rádio, Antônio José de Camargo, que o programa encerraria suas atividades nesta semana. Isso porque o programa tem uma linha crítica a atual gestão municipal. 
Tal fato demonstra a censura que existe hoje em Assis em relação ao contraponto à administração municipal. Todos aqueles que promovem críticas ao governo municipal são calados ou afastados de suas funções. Os jornais e as emissoras de rádio de Assis e região mais parecem um press-release da Prefeitura Municipal. Só noticiam o que interessa à administração. Se os assessores de imprensa da Prefeitura estivessem nas redações, não fariam melhor. É algo absurdo. 
Mais absurdo ainda é um proprietário de uma rádio, recebendo pelo horário do programa que começava às 6h30 e terminava às 7h00, aceitar tal fato. Afinal, a emissora de rádio é uma concessão pública, e como tal, tem que oferecer vozes a todas as correntes de pensamento. Inacreditavelmente, ele aceitou passivamente a pressão exercida pela atual administração municipal, e para receber suas verbas, provenientes de dinheiro público pago por todos os cidadãos de Assis, resolveu encerrar as atividades do programa. 
Programa, este, que vai ao ar a partir da próxima semana provavelmente pela rádio Antena Jovem FM, em um horário mais dilatado. Neste aspecto, merece elogios a direção da Antena Jovem AM que não aceita pressões por parte de administrações municipais. Entra prefeito, sai prefeito, a rádio sempre se coloca em uma posição crítica aos administradores, exigindo deles que cumpram com os seus deveres e trabalhem em prol do bem comum. 
Digo isso porque senti na pele tal estratégia levado a cabo pela atual administração quando também fui afastado da direção da redação do jornal "Voz da Terra" em função da posição crítica que exercia a atual administração e ao partido do atual prefeito. Como não aceitam críticas, agem dentro da política desenvolvida por Adolf Hitler quando comandou a Alemanha, a da "Noite e Neblina". Nada pode ser publicado contra, e todos aqueles que se atreverem a agir dessa forma, devem ser calados. É melhor governar com a paz dos cemitérios do que com o burburinho da democracia. 

sexta-feira, 1 de maio de 2015

Beto "Hitler" Richa


Dor, indignação, tristeza. Tudo isso é impossível de ser expressado em palavras diante da safadeza e canalhice como o governador Beto "Hitler" Richa agiu em relação aos professores do Paraná que faziam um movimento em frente à Assembleia Legislativa do Estado do Paraná contra mudança na Previdência Social com o claro objetivo de cobrir os rombos do seu péssimo governo.
29 de Abril é uma das maiores barbáries ocorrida no Estado do Paraná. Este governador deve ser repudiado por onde for no Brasil. Beto "Hitler" cometeu, no dia 29 de abril de 2015, um dos maiores de incivilidade e barbárie da história do Paraná. Beto "Hitler" não tem vergonha na cara. Deveria responder por este crime em tribunais especiais.
Com seus atos de violência, o filhote nazista do Paraná tirou a máscara do PSDB e mostrou de frente e de perfil a verdadeira face do partido. E quem viu ficou horrorizado: é fascista. Os atos explicitaram o fascismo do PSDB. Não é à toa que passou a ser chamado por suas vítimas de Beto "Hitler".
O título deste artigo retrata muito bem um comportamento de intolerância, falta de diálogo, autismo político e mentira. E o resultado de tudo isso? Violência, violência, violência.
Todas estas características eram de Adolf Hitler, um dos principais líderes do fascismo no mundo e que tem como seguidor Beto "Hitler" e o secretário de segurança pública do Paraná, Fernando Francischini (Partido Solidariedade), que durante as manifestações de fevereiro vinha sendo chamado pelos educadores do Paraná de Fernando "Fascischini".
Outra ironia, o partido do secretário de Segurança se chama "Solidariedade", justamente o que faltou a ele e a Beto "Hitler" neste dia 29. As fotos e vídeos que circulam pelas redes sociais são estarrecedoras: são imagens de um campo de batalha. Pessoas feridas, caídas, sangrando, correndo e todas elas com o rosto de medo, indignação e de desespero. O som dos vídeos são gritos e choros.
Enquanto o massacre ocorria no Centro Cívico, assessores do governo e, segundo informações que circulam na Internet, o próprio governador assistiam, riam e aplaudiam. Próprios de nazistas e fascistas.
Depois de toda esta violência, Beto "Hitler" diz que o relato que recebeu da Secretaria de Segurança Pública "é que não houve violência, só contenção da massa que vinha para cima deles (policiais) tentando invadir a Assembleia". O nazista do Paraná pensa que as pessoas são idiotas.
No final do dia, após um espetáculo de horror - protagonizado pelo nazista do Paraná e seu secretário de segurança fascista - com muitas lágrimas, tristeza, indignação e sangue derramado, este usurpador do poder solta uma nota dizendo que "lamenta profundamente os atos de confronto, agressão e vandalismo".
O que me conforta é que canalhas como este governador do Paraná vão parar na lata de lixo da  história. Como Torquemada, o seu túmulo deveria ser destruído após morto, pois, com certeza, a alma deste nazista já tem caminho certo, o inferno.

terça-feira, 21 de abril de 2015

50 anos de safadeza

A Rede Globo de Televisão está desenvolvendo um intenso marketing para mostrar os 50 anos de fundação da emissora no Brasil. Para isso, está utilizando-se dos mais diversos expedientes para anunciar tal fato nos seus mais variados programas. Chega ao cúmulo de mentir descaradamente quando diz que foi perseguida pelos governos militares. É tanta safadeza que enoja. Na verdade, a Globo foi extremamente beneficiada pelos governos militares e foi o sustentáculo da ditadura no Brasil, junto com outros importantes órgãos de imprensa, como a "Folha de S. Paulo", "Estado de S. Paulo". 
A Globo é filha bastarda do golpe militar de 1964. O império foi construído com incentivos públicos, isenções fiscais e outras mutretas. Os concorrentes no setor foram alijados, apesar do falso discurso global sobre o livre mercado. Nascida da costela da ditadura, a TV Globo tem um DNA golpista. Apoiou abertamente as prisões, torturas e assassinatos de inúmeros lutadores patriotas e democratas que combateram o regime autoritário. Nos anos 1980, boicotou decisivamente o movimento "Diretas Já" para defender a ditadura militar. 
Com a democratização do Brasil, a Globo atuou para eleger seus candidatos - os falsos "caçadores de marajás" - e os convertidos "príncipes neoliberais". Na fase recente, a TV Globo militou contra toda e qualquer avanço mais progressista, atuando na desestabilização dos governos que não rezam integralmente a sua cartilha. Nas marchas de março desse ano, a Globo ajudou a mobilizar o anseio golpista e garantiu a ele todos seus holofotes. 
As lutas dos trabalhadores ou não são notícia na telinha ou são durante criminalizadas. A emissora nunca escondeu o seu ódio ao sindicalismo, às lutas da juventude, aos movimentos dos sem-terra e dos sem-teto. Através da sua programação, não é nada raro ver a naturalização e o reforço ao ódio e ao preconceito. Esse clima de controle e censura oprime jornalistas, radialistas e demais trabalhadores da empresa, que são subjugados por uma linha editorial que impede, na prática, o exercício do bom jornalismo, servidor do interesse público, em vez da submissão à ânsia de poder de grupos privados.
Além da sua linha editorial golpista e autoritária, a Rede Globo - que adora criminalizar a política e posar de paladina da ética - está envolvida em inúmeros casos suspeitos. Até hoje, a Globo não mostrou o Darf (Documento de Arrecadação de Receitas Federais ) do pagamento dos seus impostos, o que só reforça a suspeita da bilionária sonegação da empresa na compra dos direitos de transmissão da Copa do Mundo de 2002. A falta de transparência do império em inúmeros negócios é total. Ela prega o chamado "Estado mínimo", mas vive mamando nos cofres públicos, seja através dos recursos milionários da publicidade oficial ou de outros expedientes mais sinistros. 
Diante disso, no dia 26 de abril, não se estará comemorando os 50 anos da Rede Globo, mas sim, os 50 anos de safadeza da Rede Globo. 



segunda-feira, 13 de abril de 2015

Um golpe contra os trabalhadores

Na noite do dia 8 de abril, a Câmara dos Deputados aprovou o texto do Projeto de Lei (PL) 4.330, que regulamenta a atividade de terceirização no país. Dos 463 deputados, 324 votaram a favor e 137 contra.
Ah! Muita gente diz, quando tem projeto em discussão, que não tem nada a ver com isso. Porém, benefícios ou malefícios, trazidos pelos projetos aprovados, chegam até o povo. Questionando sobre tal projeto, extremamente antipopular, chegou à seguinte conclusão sobre a terceirização.
Bem, se você não se preocupa com décimo-terceiro-salário, adicional de férias, FGTS e Previdência Social, então, nem leia esse post. Caso contrário, deveria sabe que o projeto de lei, de autoria do deputado federal Sandro Mabel (PMDB-GO), legaliza a contratação de prestadoras de serviços para executarem atividades-fim em uma empresa.
Ou seja, de uma hora para outra, a empresa em que você trabalha pode pedir para você abrir uma empresa individual e começar a dar nota fiscal mensalmente para fugir de impostos e tributos. Por exemplo, uma usina de cana contrata trabalhadores de outra empresa para produzir cana para ela. Dessa forma, se livra dos direitos trabalhistas e sociais a que seu empregado teria direito, jogando a batata quente para o colo de uma pessoa jurídica menor. Quem nem sempre vai honrar os compromissos assumidos, agir corretamente ou mesmo pagar os salários. Antes da ação do poder público para regularizar essa esbórnia, havia usinas no interior paulista sem um único cortador de cana registrado, enquanto milhares se esfolavam no campo para garantir o açúcar do seu cafezinho e o etanol limpo do seu tanque.
Casos famosos de flagrantes de trabalho escravo surgiram por problemas em fornecedores ou terceirizados. O governo federal e o Ministério Público do Trabalho puderam responsabilizar essas grandes empresas pelo que aconteceu na outra ponta por conta de uma decisão do Tribunal Superior do Trabalho, que garante a responsabilidade sobre os trabalhadores terceirizados na atividade-fim.
Centrais sindicais afirmam que isso pode contribuir com a precarização do trabalho. E as pessoas-empresa irão se multiplicar e o nível de proteção do trabalhador cair. Quem tem um emprego fixo e quer alguma estabilidade e segurança, condições conquistadas a duras penas e presentes na Consolidação das Leis do Trabalho, corre sérios riscos. A terceirização tresloucada transforma a dignidade em responsabilidade de ninguém.
Mais ou menos assim. Um consórcio contrata o Zezinho para tocar um serviço, que subcontrata. O joãozinho, que subcontrata o Pedro, que deixa tudo na mão de três pequenas empreiteiras do Paulo, do Ferreira e do Antônio. Às vezes, Paulo, Ferreira e Antônio não têm as mínimas condições de assumir turmas de trabalhadores, mas conduz o barco mesmo assim. Aí, sob pressão de prazo e custos, aparecem bizarrices. Depois, quando tudo acontece, Zezinho, Joãozinho e o consórcio dizem que o problema não é com eles. Afinal, eles não rabiscaram carteira de trabalho alguma. E aí, ninguém quer pagar o pato. Literalmente, ficam os trabalhadores a ver navios.
Então, parabéns aos empresários que venceram mais uma. E, deputados, favoráveis envergonharam e desceram, novamente, o cacete nos eleitores, trabalhadores, para favorecer os empresários, financiadores de campanha.
A situação é extremamente grave e a sociedade brasileira, como um todo, necessita se mobilizar contra este projeto extremamente draconiano. O Brasil será transformado em uma nova China com trabalhadores atuando de forma precária. Por isso, fica o apelo. Dilma veta este projeto, pelo amor de Deus. Em nome de todos os trabalhadores.

segunda-feira, 6 de abril de 2015

A questão da idade penal

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara aprovou na semana passada o voto em separado do deputado Marcos Rogério (PDT-RO), favorável à admissibilidade da PEC 171/93, que reduz a a maioridade penal de 18 para 16 anos. Foram 42 votos a favor e 17 contra. Entretanto, o projeto fere cláusula pétrea da Constituição, o que a tornaria inconstitucional. 
Infelizmente, estamos decidindo mandar para um sistema falido, com altíssimas taxas de reincidência, adolescentes que a sociedade quer supostamente recuperar. É um enorme contrassenso. Há uma má interpretação dos índices de violência cometidos por jovens. Há uma sensação social de descontrole que é irreal. Os menores que cometem crimes violentos estão ou nas grandes periferias ou na rota do tráfico de drogas e são vítimas dessa realidade. Atualmente, roubos e atividades relacionadas ao tráfico de drogas representam 38% e 27% dos atos infracionais, respectivamente, de acordo com o levantamento da Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos das Crianças e dos Adolescentes. Já os homicídios não chegam a 1% dos crimes cometidos entre jovens de 16 e 18 anos. Segundo a Unicef, o Fundo das Nações Unidas para a Infância da ONU, dos 21 milhões de adolescentes brasileiros, apenas 0,013% cometeu atos contra a vida. 
Ao mesmo tempo, não há comprovação de que a redução da maioridade penal contribua para a redução da criminalidade. Do total de homicídios cometidos no Brasil nos últimos 20 anos, apenas 3% foram realizados por adolescentes. O número é ainda menor em 2013, quando apenas 0,5% dos homicídios foram causados por menores. Por outro lado, são os jovens (de 15 a 29 anos) as maiores vítimas da violência. Em 2012, entre os 56 mil homicídios em solo brasileiro, 30 mil eram jovens, em sua maioria negros e pobres. 
Por isso, o remédio para essa situação não é a redução da idade penal, mas o endurecimento da pena para adultos que corrompem menores - como o Projeto de Lei 508/20515, do deputado Major Olímpio - e o investimento em políticas sociais para os jovens. 
Entidades como a Unicef, a OAB, o Ministério Público Federal, a Anced (Associação Nacional dos Centros de Defesa dos Direitos da Criança e Adolescente), o Ministério da Justiça e a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República já se manifestaram contrários ao projeto. 
No modelo atual, de maioridade fixada em 18 anos, os jovens infratores representam 8% do número total da população carcerária adulta (715.655, incluindo as prisões domiciliares) e padecem das mesmas mazelas que afeta o sistema prisional adulto. A Fundação Casa, entidade responsável pelos menores infratores em São Paulo, é exemplo do caos. Em maio. a revista "Carta Capital" revelou que um terço das unidades da Fundação Casa tem superlotação. A situação é tão crítica que, em agosto passado, o Ministério Público denunciou o governo Geraldo Alckmin (PSDB) e a Fundação Casa por conta da superlotação. Em fevereiro deste ano, promotores de Justiça criticaram o fracasso de gestão do governo de São Paulo no atendimento a menores infratores e publicaram carta aberta intitulada "A falência da Fundação Casa". 
Por conta de situações como a de São Paulo, em vez de passarem por um processo socioeducativo de correção, a esmagadora maioria dos menores infratores vive em reclusão e sem atividades psicoeducativas para a reintegração social. A superlotação somam-se denúncias de maus tratos, que resultam em uma reincidência de cerca de 43% dos menores presos, de acordo com o Conselho Nacional de Justiça. Se prender não é uma medida eficaz para que o jovem volte a cometer infrações, resta pensar em soluções para que ele não entre no mundo do crime.