É inacreditável o número de medidas que o governo federal realiza
e ninguém se mobiliza, aceita tudo passivamente, sem tomar qualquer atitude. O único
setor que enfrenta corajosamente esta situação são os estudantes, tanto os universitários
(setor público) quanto os secundários. A proposta do governo federal de
repassar a conta da sua má gestão para o cidadão, principalmente o mais pobre,
é assustador.
O que é mais
espantoso ainda com a passividade dos brasileiros. O que se deve questionar é a seriedade da
proposta governamental, pois é difícil compreender como o poder público pode
manter tanta mordomia e excessos numa situação de grave crise. O Estado deveria
suspender a utilização de carros oficiais, paralisar os contratos de marketing,
interromper o pagamento de passagens aéreas e diárias de viagens, suspender o
pagamento de gratificações de todo tipo e etc, enfim, cortar na própria carne.
Para o Estado é
mais fácil diminuir o número de famílias que são atendidas pelo Bolsa Família
ou cortar estudantes beneficiados pelo FIES do que suspender a utilização de
centenas de carros oficiais com seus respectivos motoristas. Afinal, a
população pode ficar sem comer, mas um secretário de estado, um deputado,
magistrado, ou procurador, não pode andar no seu próprio carro ou utilizar táxi
ou Uber.
O governo deveria
elevar, sem possibilidade de repasse para preços, os impostos dos mais ricos,
dos bancos, das indústrias automobilísticas e farmacêuticas e das empresas que
se beneficiaram de isenções fiscais, ao invés de sobrecarregar justamente os
funcionários públicos e aposentados, que já se encontram no limite de seus
gastos. Há ainda casos de municípios
que pagam um adicional aos seus vereadores para que possam comprar o seu paletó
e o dos magistrados que ganham um auxílio para pagar a faculdade dos seus
filhos.
Aprovaram o projeto, embutido nesta maldita PEC 55, que não vai
haver mais reajuste ao salário mínimo. Será que os brasileiros têm conhecimento
disso? Aprovaram a partilha do pré-sal, uma riqueza inestimável que agora será
explorada pelos saqueadores estrangeiros, e no outro dia, o golpista Michel Temer,
recebe o presidente da Shell. É um acinte e uma bofetada na cara dos
brasileiros. Parece que somente as pessoas mais esclarecidas é que têm noção do
que vem acontecendo no Brasil. Quando os brasileiros acordarem desta longa
noite de sono, vão saber que estarão no inferno na acepção da palavra.
Só com muita
mobilização social, ocupando as ruas de forma organizada e contundente é que se
poderá mudar o panorama. Ah, mas o Rivotril que dão ao brasileiro não está na
água, e sim aplicado à conta gotas pela Rede Globo, Folha, Estadão, Veja, e
outras porcarias semelhantes.
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