sábado, 12 de novembro de 2016

Somos brasileiros que não pertencemos mais a este país

Este turbilhão de canalhices que está sendo feitos por este governo golpista me faz sentir, em algumas vezes, como se outro país tivesse invadido o Brasil. São medidas extremamente desnacionalizantes, embrutecimento do jogo contra trabalhadores e a população em geral, com a retirada de inúmeros direitos, entre outros absurdos. E tudo isso acontecendo como se tivéssemos vivendo uma “censura”, já que os principais meios de comunicação fazem o jogo sujo de esconder toda esta safadeza do povo brasileiro. Como disse anteriormente, a sensação é que o povo brasileiro tomou Rivotril e assiste tudo passivamente, com exceções aqui e acolá. Alias, vários ficam nervosos quando você critica o atual quadro do país, e mandam você para Cuba. Bobos, não sabem que os sistemas de saúde e de educação de Cuba são os melhores do mundo. Apesar de ser pessoas com cursos universitários, sofrem a lavagem cerebral de Rede Globo et caterva.
Nunca se concentrou tanto a riqueza – porque tirar dos pobres o serviço público não é outra coisa – e nunca se a transferiu tanto para fora, ou ao menos não com tamanha desfaçatez. A questão do pré-sal é algo assombroso. Simplesmente estamos dando o nosso passaporte para o futuro para as multinacionais se enriquecerem e oferecerem um ótimo nível de saúde aos povos de seus países de origem. E tem gente, que de forma burra, aplaude isso. Mas é agora que estamos no caminho “certo”.
Tem uma tal de PEC – antes 241, agora 55 – que vai limitar por 20 anos investimentos na educação e saúde, o que será uma tragédia para o país e nos levará para índices africanos, com pessoas morrendo nas ruas e estudantes sem escolas, já que o objetivo é privatizar o ensino, entregando a educação para as famigeradas OSs. Mas, isso não importa. O problema foi o Bolsa Família, foi este desastroso aumento do salário mínimo, esta porcaria do petróleo do pré-sal, foi a Copa, foi a distribuição de renda!
Parafraseando o grande jornalista Fernando Brito – este sim, jornalista na acepção da palavra, não estes capitães do mato que moram hoje nas redações para fazer o jogo sujo da chamada “grande mídia” , “ainda bem que nos vieram estes rapazes imberbes e cristãos, sofridos nas duras necessidades de quem tem de viver com a mixórdia de R$ 25 ou 30 mil por mês, que recebem auxílio para morar nas casas que são suas e que são pilares de Justiça e da Fé para nos redimir destes “monstros”.
Agora, sim, temos um país a caminho da felicidade, comandado por uma nulidade que, entretanto, é capaz de dizer obviedades com pompa e, num gesto de mão, espantar os críticos como quem espana moscas.
Temos uma crise, mas é certo que sairemos dela, certo que com a educação destruída, os hospitais abandonados, o Estado retalhado e vendido e os homens e mulheres – sabemos todos que a tecnologia nos tornou menos produtivos que nossos avós – tendo de trabalhar quase até o último suspiro de suas existências.
Trabalhar, sim, porque isto faz bem às costas doloridas, às pernas manquitolas e à alma exausta, desde que por mais horas por semana e menos salário no mês. Diante disso, você se sente um estrangeiro no seu próprio país, porque tenho esta deformação ideológica – comunista, por certo – de pretender que este seja um país autônomo, que as pessoas sejam essencialmente iguais em direitos e que a finalidade do conhecimento, do progresso econômico e da civilização seja a de nos livrar do sofrimento, da necessidade, da barbárie, da selva e da exibição de presas, como fazem os cães.
Não é o Brasil que não pertence aos brasileiros. Somos os brasileiros que não pertencemos mais a este Brasil.

MINISTRO DA SAÚDE, JOSÉ FERNANDES E ONCOLOGIA NO HR – É gratificante e merece aplausos a atitude do prefeito eleito, José Fernandes (PDT) em ir até Brasília conversar com o ministro (?) – ou mascate - da Saúde, Ricardo Barros, para aguardar até janeiro a manutenção do serviço de oncologia no Hospital Regional de Assis. Todavia, imagino que não deva ter tantas esperanças assim. Leia a entrevista que este energúmeno deu à BBC de Londres sobre a questão da saúde pública no Brasil.
Este “mascate” da saúde, diz com todas as letras, que os que desejam um sistema de saúde que atenda todos os segmentos da população – “não são técnicos, nem especialistas, são ideólogos que tratam o assunto como se não existisse o limite orçamentário, como se fosse só o sonho”. Ele defende à BBC, simplesmente, a parceria público-privado na saúde. Aliás, desde quando saúde privada no Brasil é saúde privada, se boa parte dela é paga pelo Estado brasileiro na forma de isenção tributária, que chega a R$ 20 bilhões e representa quase um quarto do orçamento do Ministério da Saúde?
Parceria público-privada é isso aí e se o senhor quiser saber como é lucrativo, pergunte ao notório banqueiro André Esteves, que ganhou um dinheirão comprando planos de saúde e vendendo a conglomerados estrangeiros…
Mas isso ele sabe, tanto que chamou as seguradoras de saúde para ajudar a montar uma proposta de “planos de saúde acessíveis”, com cobertura de atendimento reduzida, para o público de menor renda.
O ministro pode não entender nada de saúde ou de humanidade, mas de negócios, entende. Diante disso, imagino que o futuro prefeito de Assis não acredite que este ministro que defende abertamente a entrega da saúde pública ao setor privado vai fazer esforços para manter o serviço gratuito de oncologia no Hospital Regional de Assis.

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