sábado, 7 de março de 2015

Fundamentalismo evangélico ameaça democracia

O reverendo Carlos Eduardo Calvani, da Igreja Anglicana do Brasil, em excelente artigo, faz um grande alerta aos brasileiros. Ele diz que o fundamentalismo evangélico ameaça a democracia no Brasil. Em sua visão, o movimento evangélico hoje é um dos maiores perigos para a sociedade brasileira e o Estado Laico por seu potencial fundamentalista. 
Malafaia, Feliciano, Rodovalho, Macedo, R.R. Soares e outros nomes menores que estão despontando (e outros que ainda despontarão) são a pior espécie de fanatismo religioso possível. A única diferença entre esse grupo e o fundamentalismo islâmico está nos referenciais religiosos nos quais se apoiam. 
É certo que a grande maioria dos muçulmanos não é fundamentalista: mas os poucos que alcançam o poder cometem barbaridades em nome de sua fé. O fundamentalismo evangélico caminha pelo mesmo rumo. Alguém em são consciência e com um mínimo de instrução ou sensibilidade consegue acreditar neles e em seus discursos? Somente os analfabetos funcionais, que pouco lêem (aliás, sequer a Bíblia lêem, ou lêem com olhares medievais) os apoiam. 
Não nos iludamos. Os evangélicos deste ramo têm um projeto de tomada de poder na sociedade brasileira. Os evangélicos têm um projeto político muito perigoso para o Brasil. Utilizam as Escrituras Sagradas do modo que lhes convém, para interferir na Comissão de Direitos Humanos, para propor ou alterar leis e infringir descaradamente as cláusulas pétreas da Constituição Federal. Eles se infiltram nos partidos e conseguem ser eleitos para cargos no Executivo ou no Legislativo. 
Mas eles não tê fidelidade partidária nem princípios sociais claros. São mesquinhos e egoístas. Seus princípios são os da promiscuidade "igreja-estado". A bancada evangélica é, comprovadamente, a mais inútil do Congresso Nacional. 
No fundo, seu projeto é acabar com as manifestações religiosas com as quais não compartilham. Sejam elas católicas, espíritas, do candomblé, umbanda ou de qualquer outra religião que não a deles; desejam interferir na orientação sexual privada das pessoas "em nome de Deus", fazem acusações levianas de que o movimento LGBT deseja acabar com as famílias; querem dominar o Ensino Religioso nas Escolas Públicas e, como bem diz o reverendo Calvani, "se conseguirem tomar o poder, não hesitarão em se infiltrar nas Forças Armadas utilizando o potencial bélico brasileiro para seus objetivos". 
O reverendo Calvani faz um alerta muito sério. "Sim, matarão se for preciso, invocando textos bíblicos, o "Deus guerreiro" do Antigo Testamento e seus exércitos sanguinários; sim, destruirão o "Cristo Redentor" e qualquer outro monumento de outra religião; sim, se tiverem pleno poder proibirão o Carnaval, festas juninas, romarias marianas, terreiros de candomblé e exigirão conversão forçada a seu modelo de vida e à sua religião; o fundamentalismo que os inflama não terá qualquer restrição em proibir shows populares, biquínis nas praias e utilizarão armas químicas para fazer valer seus ideais. Viveremos um "talibã evangélico", com homens com o mesmo olhar raivoso de Malafaia e gays internados em campos de concentração para que sejam "curados". 
A principio, as pessoas poderão imaginar que o reverendo Calvani está exagerando e que isso é uma obra de ficção. Porém, Malafaia disse ao microfone: "Nós declaramos que vamos tomar posse dos meios de comunicação, das redes de internet, do processo político, nós vamos fazer a diferença, vamos influenciar o Brasil com o Evangelho de Jesus". 
Exemplo disso é a ofensiva evangélica para controlar a Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados em Brasília. Comissão, essa, que garante os direitos civis dos cidadãos brasileiros. Se permitirmos que seu projeto (de Malafaia e outros fundamentalistas) vá à frente, preparem as burcas. Nosso futuro será sombrio. 




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