sábado, 15 de novembro de 2014

O eleitorismo dos delegados da Polícia Federal

Durante o período eleitoral, delegados da Polícia Federal usaram as redes sociais para elogiar Aécio Neves, candidato do PSDB à Presidência, e para atacar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a presidenta Dilma Roussef, que disputava a reeleição, bem como a repicar conteúdos críticos aos petistas. 
Esses policiais, que mostraram ser anti-petistas militantes e radicais, são simplesmente os responsáveis pela Operação Lava Jato, que investiga o esquema de corrupção na Petrobrás, empreiteiras, doleiros, partidos políticos, funcionários e ex-funcionários da estatal. Pela primeira vez os rostos destes delegados estão sendo mostrados. Para isso, blogs estão publicando os rostos dos policiais e como tais delegados mudam de  nome dependendo da situação. 
Entretanto, a superoperação da Polícia Federal no caso Petrobras na manhã de sexta-feira parece feita sob medida. O estardalhaço tende a desviar as atenções das denúncias - frescas e de alta relevância - sobre o comportamento brutalmente partidário dos delegados encarregados das investigações. 
As informações sobre o anti-petismo estrondoso dos delegados da PF colocaram uma sombra copiosa de dúvida sobre a qualidade das apurações da PF. Ódio partidário influencia qualquer investigação. Inimigos são tratados como extremo rigor e amigos podem ser convenientemente engavetados caso alguma coisa comprometedora apareça. 
O caso do Helicoca é exemplar: como a PF conseguiu não apurar nada, com tantas evidências? Como a ligação com os Perrelas, os donos do helicóptero, foi tão rapidamente descartada? Aparentemente, a nova fase da operação Lava Jato assinala u ma guerra fria entre a PF e o PT. Há similitudes no comportamento da PF e da Mídia. Grandes organizações jornalísticas, quando alguém as aborrece, costumam promover uma retaliação imediata na qual não são poupados os feridos. 
A Globo é mestra nisso, mas está longe de ser um caso único. Num mundo menos imperfeito, as coisas não seriam assim. Mas, no Brasil 2014, são. A PF tem que ser reinventada. Tanto a PF como as polícias militares são, para ser a grandes expressão de Brizola, filhotes da ditadura. A mentalidade dominante ali é aquela segundo a qual a esquerda come criancinhas. É o tipo de pensamento com o qual a imprensa, a Globo de Roberto Marinho à frente, intoxicou mentalmente os brasileiros na época dos militares. As polícias brasileiras são dominadas por uma cultura, ou falta de cultura, de extrema direita. É esta cultura que tem quer ser enfrentada com disciplina, método - e rapidez. 


domingo, 9 de novembro de 2014

A farsa do Mensalão

Gostaríamos de recomendar a leitura de um texto publicado pelo advogado Pedro Maciel intitulado "Que interesses levaram Barbosa a fraudar a AP-470?", também conhecida como o "Mensalão". 
O artigo analisa a decisão da justiça italiana de engar extradição ao ex-diretor do Banco do Brasil, Henrique Pizzolato. Em seu texto, Maciel lembra que o ex-ministro presidente do Supremo e relator da AP-470, Joaquim Barbosa, omitiu todas as informações constantes do inquérito 2474, que inocentava Pizzolato e desmontava a falsa lógica criada em cima do processo. 
"Esse inquérito policial (2474) traria elementos que permitiriam à Justiça, aos réus e à sociedade, entender o contexto das denúncias, num quadro maior. E trazia documentos, reitero, que inocentavam Pizzolato, como o Laudo 2828, feito pela Polícia Federal, a pedido do próprio Joaquim Barbosa e da Procuradoria, e que atestava categoricamente a inocência de Pizzolato e Gushiken", afirma Maciel em seu artigo. 
O advogado recorda, ainda, que os réus da AP-480 - entre os quais o ex-ministro José Dirceu - foram privados do direito ao duplo grau de jurisdição e tiveram o processo e o julgamento direto no Supremo Tribunal Federal (STF), sem direito a outras instâncias. Nem aqueles que não teriam ao chamado foro privilegiado - caso de Dirceu que já era parlamentar ou ministro. Era o mesmo caso de Pizzolato. "Pizzolato não tinha mandato político e, portanto, deveria ser julgado em primeira instância, e não num STF transformado em tribunal midiático de exceção", diz Maciel. 
Maciel constata, assim, que a farsa do julgamento da AP-470 não resiste a um Judiciário - como o italiano - que não está sujeito a pressão da grande mídia, ou, como alguns preferem chamar, do Partido da Imprensa Golpista.
Diante disso, sugiro que leitam o artigo completo do advogado em Quais interesses levaram Barbosa a fraudar a AP 470?

domingo, 2 de novembro de 2014

Meios de comunicação no Brasil agem como fascistas





O deputado pernambucano Fernando Ferro (PT) criou a expressão que se popularizou em todo o Brasil. Ele denominou a grande imprensa brasileira - e as médias e menores - como de Partido da Imprensa Golpista (PIG). Quando presidiu a Associação Nacional dos Jornais (ANJ), Judith Brito, afirmou que a grande imprensa representava, na verdade, "a oposição" no Brasil, já que os chamados "partidos de oposição" (PSDB, DEM, PPS) não tinham representatividade para tal. Tal fato se traduz naquilo que foi denominado de "Manchetômetro" por pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) quando analisaram as manchetes dos principais jornais e televisões do país desde janeiro até as eleições de 26 de outubro. De acordo com esta pesquisa, 80% das manchetes eram contrárias ao PT e a Dilma, enquanto os outros 20% falavam de Aécio e Marina. Algo absurdo em um pais democrático. 
Essas eleições entram para a História do Brasil como o o momento mais nítido em que as corporações de mídia tentaram impor sua vontade ao povo. Mias do que em 1989, com a famosa edição do debate entre Lula e Collor. Mais do que em 2006, quando o foco do debate foi deslocado para pilhas de dinheiro fotografado por um agente da Polícia Federal na época. 
Em 2014 apostaram todas as fichas e, a contrário de outras vezes, não o fizeram veladamente. Assumiram seu papel de partido político de oposição, conforme conclamou Judith Brito, diretora-superintendente do Grupo Folha, ex-presidente da ANJ e colaboradora do Instituto Millenium. 
Faltando 11 dias para o segundo turno do pleito, os institutos de pesquisa davam empate técnico entre os dois candidatos - Aécio Neves à frente dois pontos, dentro da margem de erro. 
Como resposta, a militância de esquerda foi às ruas, os movimentos sociais organizados reforçaram sua participação na campanha e a candidata à reeleição partiu para o enfrentamento nos debates. O mote era um só: comparar os governos tucanos e petistas, o que garantiu vantagem a Lula e Dilma em praticamente  todos os setores. Se o oponente baixava o nível, a resposta vinha à altura.  
Nos oito dias seguintes, Datafolha e Ibope registraram crescimento de Dilma. Dilma encerrou a campanha com vantagem de 6 a 8 pontos de vantagem, cenário praticamente impossível de ser invertido em 48 horas. 
Aí surgiu a capa da revista Veja (também conhecida como o detrito a maré baixo da marginal do Pinheiros) na sexta-feira, antevéspera do pleito, acusando, sem provas, Lula e Dilma de terem conhecimento de desvios na Petrobrás. De sexta até domingo a Veja atingiria algo entre 500 mil e 1 milhão de pessoas. A maioria dos quais, no entanto, já tinham o voto decidido para Aécio. A capa da veja (com v minúsculo mesmo), por si só, merecia o repúdio na medida em que foi dado pela campanha do PT. A própria presidente Dilma usou parte do tempo de propaganda eleitoral para denunciar a manobra da revista. 
No entanto, foi o Jornal Nacional do sábado, véspera da eleição, o grande responsável pela interferência na vontade popular. No primeiro bloco, Dilma recebeu cinco minutos, com destaque no suposto medo de avião e nos problemas com a voz. Enquanto Aécio teve direito a 5'55'' a apresentá-lo como alguém incansável, que trabalha durante o voo e aparece com a esposa e os filhos no colo ("um cara família"). Em outro trecho, as imagens saltadas em repetição durante comícios, com a bandeira do Brasil nas costas, revelam, como num filme de ação, um homem destemido que estaria preparado para conduzir o destino da Nação.
Logo no início do segundo bloco, o JN exibiu extensa reportagem sobre a capa da veja. Aí, o que era de conhecimento de até 1 milhão de pessoas que já votariam em Aécio, alcançou 30-40 milhões de pessoas, entre as quais um sem número de indecisos. Isto na véspera do pleito, sem que houvesse tempo para se organizar a estratégia de enfrentamento desse verdadeiro crime midiático. Como resultado, a vantagem de 6-8 pontos de Dilma, caiu drasticamente, e quando  terminou a apuração as urnas sacramentaram 51,5% x 48,5%. 
O povo derrotou o golpe midiático e deu a vitória a Dilma. Agora o povo quer a democratização dos meios de comunicação, tarefa prioritária para o próximo governo. Até porque duvido muito que as forças progressistas vençam em 2018 se continuarem pedendo a batalha da comunicação porque os barões midiáticos robotizam a população de acordo com os interesses econômicos que representam. 

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

A Iugoslávia é aqui

Quem assiste ao filme "Na Terra do Amor e do Ódio", dirigido magnificamente pela atriz norte-americana Angelina Jolie, retratando o conflito na antiga Iugoslávia nos anos 1990, tem uma imagem de como o ódio destruiu uma das mais belas nações do leste europeu. A Iugoslávia era conhecida como a "Suiça do Leste Europeu" e oferecia aos seus habitantes uma qualidade de vida das melhores. 
Um pouco antes do conflito, sérvios, muçulmanos e croatas conviviam harmoniosamente. Após o conflito, houve um massacre e o saldo foram 300 mil mortos, 50 mil estupros e várias lideranças enviadas ao Tribunal de Haia sendo condenadas por crimes de guerra. Houve um verdadeiro massacre dos muçulmanos. A Iugoslávia foi dividida em seis países e não existe mais. O ódio destruiu uma nação. Vários outros filmes retratam o absurdo do que aconteceu na antiga Iugoslávia, como "Terra de Ninguém", "O Resgate de Harrison", "Soldados - A História de Kosovo", "Benvindo a Sarajevo", e assim por diante. 
Esta introdução tem por objetivo mostrar que o Brasil foi contaminado pelo ódio e ninguém sabe onde isso vai parar. A história é dinâmica. Assim como na Iugoslávia, onde pouco tempo antes as pessoas conviviam harmoniosamente, de repente tudo virou das pernas aos ares e o país foi sacudido por onda de ódio tão grande que foi marcado por uma guerra civil que durou 10 anos com milhares de mortos e vítimas. Foi o maior conflito militar na Europa após as duas grandes guerras mundiais. 
A direita raivosa instiga o ódio no Brasil. Inicialmente, há um desprezo secular pelos nordestinos. Nestas eleições está sendo possível observar isso. O nordestino é tratado como pessoas ínfimas. Assim como acontece com as minorias, como são os casos dos homossexuais, e assim por diante. Pastores fundamentalistas urram seu ódio contra essas pessoas, tendo como destaque Malafaias e Everaldos. 
Negros, gays, judeus e nordestinos são as principais vítimas dos crimes de ódio que crescem no Brasil, sob as vistas grossas das autoridades e da sociedade civil, que muitas vezes tende a encarar manifestações de preconceito como liberdade de expressão ou atos de desequilibrados. No entanto, com a multiplicação do acesso à internet, a difusão de manifestações contra esses grupos ganharam terreno fértil. Desde 2002, a antropóloga Adriana Dias, professora da Universidade de Campinas (Unicamp), estuda a atuação dos grupos neonazistas no Brasil, que perseguem suas vítimas na web, principalmente nas redes sociais. 
No Brasil, apesar de séculos de escravidão de povos vindos da África, e a consequente discriminação velada destes mesmos que ainda hoje ocorre, não houve experiência semelhante àquela vivida em outras regiões do globo, onde um grupo resolve se voltar contra outro no sentido de deslocar ou mesmo exterminá-lo. Isso não significa que o país não careça de uma legislação que busque suprimir o discurso de ódio (que envolve em seu conteúdo o racismo, como o que sofre o negro no Brasil). De fato, não há ainda no Brasil legislação específica em relação ao discurso de ódio. 
Nestas eleições, o ódio se propagou de tal forma que entendo ser um processo irreversível e incontrolável. Os demônios foram soltos, e em História quando isso acontece, é o "olho da serpente". Francamente, temo muito tal fato. Na antiga Iugoslávia foi assim. Hoje temos um Brasil dividido. Muitas pessoas estão deixando de conversar com outras justamente porque têm esta ou aquela opção política. A situação pode ganhar contornos extremamente perigosos. Na Internet, por exemplo, várias pessoas sem qualquer tipo de conhecimento e claramente influenciados pelos grandes meios de comunicação, destilam diariamente situações de ódio. A Alemanha foi contaminada pelo ódio; a Iugoslávia também; e todos pudemos ver onde isso terminou. O Brasil, definitivamente, também convive com esta mácula. 

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Que o povo brasileiro tenha discernimento

Após as apurações dos votos das eleições em primeiro turno para presidente da República, a direita, aliada aos setores mais retrógrados da sociedade brasileira, e principalmente aos baronatos da mídia, iniciaram uma forte campanha contra a presidenta Dilma Rousseff.  É uma campanha orquestrada que junta o que mais existe de reacionário no Brasil. 
A campanha, que tem por objetivo único levar o "queridinho" da mídia ao Palácio do Planalto, é insidiosa, perversa e tem o tom discriminatório. Principalmente contra os nordestinos a quem o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou que "não sabem votar". Simplesmente porque não sufragou o nome de Aécio Neves nas urnas. 
O Brasil está em uma encruzilhada e tem que escolher entre dois projetos. Um deles é o da presidente Dilma Rousseff que tem forte conotação social e salvaguarda os direitos do povo brasileiro. Outro é um projeto entreguista que vai trazer muito sofrimento ao povo, principalmente o mais pobre, além de entregar as riquezas nacionais para setores financeiros estrangeiros. E para o grande capital - tanto brasileiro quanto internacional. 
A população vem sendo bombardeada diariamente por notícias contrárias à candidatura de Dilma Rousseff e ao Partido dos Trabalhadores (PT). Em todas as eleições, é a mesma conversa. Sempre arrumam algo para prejudicar o PT. Com a clara colaboração da Polícia Federal e de setores do Judiciário que vazam notícias com o claro objetivo eleitoreiro. 
Marina Silva jogou o seu capital político no lixo ao apoiar a candidatura de Aécio Neves com algumas exigências para que o candidato respeite caso seja eleito. É claro que não vai respeitar, já que são pautas que a direita defende, principalmente a redução da maioridade penal. Marina Silva encerra o projeto de traição que determinadas figuras brasileiras se submeteram. 
Diante deste quadro, não resta alternativa a não ser que o povo brasileiro tenha o discernimento necessário e se inspire para votar corretamente. Pense neste projeto antinacional que está em curso com o que existe de mais reacionário nesta direita raivosa. Teremos um Congresso Nacional ultraconservador que vai colocar na agenda pautas contrárias aos interesses da população. A principal delas - e a mais importante - é a flexibilização da CLT, como desejam os empresários há tanto tempo. 
Diante disso, é pedir inspiração divina para que o povo brasileiro consiga votar conscientemente e tenha o discernimento necessário na escolha destes dois projetos. Se a opção for do projeto desta direita raivosa, o preço a ser pago será muito elevado. 

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

A direita dissemina o ódio

Durante essa Campanha Eleitoral de 2014, muitas pessoas me perguntam o por quê sobre todo esse ódio ao PT que vem sendo estimulado nos últimos anos. Temos que colocar todos os pingos nos is. A militãncia do PT não é de hoje que vem sofrendo agressões e violências não só na internet como nas ruas, culminando com a morte de um jovem de 21 anos, Hiago Augusto Jatobá de Camargo, em Curitiba, no Paraná, no primeiro turno das eleições. 
O PT criou políticas sociais que fizeram as pessoas ascender e melhorar, coisa que nunca tinha sido feito antes no país. O PT fez com que o povo saísse da situação de indigência que vivia e ganhasse alto-estima. Com isso provocou o ódio daqueles que sempre viveram de benesses do Estado às custas da pobreza do povo. Egoístas, corruptos, corruptores, todos que sempre espoliaram o país e que sempre odiaram os pobres. O ódio dessa gente estava enrustido e mascarado. A disputa do Estado brasileiro que não é mais só deles é que fez com que o ódio viesse à tona. 
Mas, além disso, há algo mais. A própria mídia corporativa vende o que muitos de nós pesquisamos e denunciamos daquilo que nos chega de profissionais de jornalismo do exterior como história da Carochinha, teoria conspiratória, como se eles fossem inocentes e injuriados e que nada fosse plausível ou possível naquilo que dizemos. A ação da direita neste processo eleitoral é latente. Existem documentos de um passado recente do Golpe Militar que mostram o quanto existem estratégias e estratagemas de comunicação e de cooptação das pessoas que são utilizadas para forçar uma opinião pública. 
A cooptação se dá de várias formas. Tanto pelo método capitalista, através de pagamentos em dinheiro a pessoas que se prestem a fazer tumultos e confusões, como também, através de lavagem cerebral para o qual até mesmo são usados métodos de pregação religiosa e manipulação midiática. Terrível e triste...
Um artigo de Mauro Carrara de outubro de 2010 nos ajuda a refletir sobre este momento atual. As estratégias da direita não mudaram de lá para cá. Continuam assustadoramente mais ameaçadoras. 
Até agora o desenvolvimento do país e as mudanças proporcionadas pelos governos progressistas do PT desde 2003 têm sido superiores ao jogo sujo e criminoso que tem sido feito. 
O PSDB montou em outubro de 2009 um eficiente sistema de disparar diariamente mais de 152 milhões de e-mails para brasileiros de todas as regiões. Esse sistema é preferencialmente utilizado para disseminar peças de calúnia e difamação contra Dilma Rousseff , Luiz Inácio Lula da Silva e qualquer figura pública que ouse tomar partido do projeto da esquerda no Brasil. Funcionando também nas redes sociais, essa é uma das principais frentes da "Revolução do Ódio" em curso no país. 
Até o primeiro turno da eleição presidencial, havia mais de 650 militantes, quase todos bem remunerados, para difundir material venenosa contra o governo federal. Neste segundo turno, essa super-tropa de terrorismo virtual, recrutada por Eduardo Graeff, conta com mais de 1.000 militantes. 
Esse, no entanto, é apenas um braço do movimento de golpismo midiático financiado por entidades ultra-conservadoras, sobretudo norte-americanas, empenhadas em desestabilizar movimentos de esquerda pelo mundo e assumir o controle das fontes de riqueza nos países emergentes. 
Há 15 anos, a Internet vem sendo utilizada como ferramenta de sabotagem por esses grupos. Dentre eles, destacam-se o poderoso National Endowment for Democracy (NED), a United States Agency for International Development (Usaid) e inúmeras entidades parcerias, como a Fundação Soros. .
Grupos ligados ao NED, por exemplo, tiveram comprovada atuação nos episódios políticos que desestabilizaram a coalizaão de centro-esquerda na Itália, em 2007 e 2008. Acabaram derrubando o primeiro-ministro Romano Produ e, em seguida, reconduziram ao poder o magnata Sílvio Berlusconi. 
A ação envolveu treinamento de jornalistas, divulgação massiva de boatos na Internet, dirigidos sobretudo aos jovens e distribuição seletiva de caríssimos "estímulos" a senadores de centro. 
O roteiro se repetiu em vários outros movimentos, como a Revolução Laranja, na Ucrânia, em 2004, e a Revolução das Tulipas, no Quirguistão, no ano seguinte. Levantes dessa natureza ainda têm sido estimulados por esses grupos e seus agentes, que visitam os países, alvo em épocas de crise ou durante processos eleitorais. 
Mas o ódio deste espectro fascista da Direita não tem fim. Agora, inúmeras manifestações sociais pela Internet dão conta do preconceito contra o povo nordestino só porque em sua grande maioria votaram na presidenta Dilma Rousseff. Uma entidade médica defendeu mesmo a castração e até mesmo que houvesse a morte destas pessoas através de métodos nada convencionais. Lamentavelmente, as pessoas desinformadas não sabem o que está em jogo nestas eleições. Só vão saber depois...

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

São Paulo, capitania hereditária do PSDB


Realmente, São Paulo se transformou em uma capitania hereditária do PSDB. É um pedaço de terra que passa de um para outro, a exemplo do que aconteceu com o Brasil quando os portugueses chegaram aqui. Ninguém mexia. Era quase eterno. O fato do PSDB estar há mais de duas décadas no poder no Estado de São Paulo tem duas explicações que estudiosos do assunto já cansaram de explicar: o conservadorismo do povo paulista, que é despolitizado pela grande mídia sobre o que acontece aqui, e também pelo fato desta mesma grande mídia simplesmente esconder as falcatruas dos tucanos. 
Diante disso, é possível dizer que o PSDB tem uma monarquia hereditária, mais semelhante a uma ditadura. É difícil explicar a pessoa comum como um governador obtém seu quarto mandato em meio a racionamento de água, denúncias de corrupção e problemas sérios na gestão pública, como a perda de qualidade do metrô paulistano, alvo de denúncias de formação de cartel e pagamento de propina a políticos do PSDB, conforme denúncia do Ministério Público - daqui e da Suiça. 
O que chega a estarrecer é que no passado, por esta mesma época, milhares de jovens saíram às ruas de São Paulo pedindo mais saúde e educação. Se você pede mais saúde e mais educação, considera que são direitos sociais e que têm de ser garantidos pelo Estado. E aí você reelege Alckmin. O que se tenta entender como é possível você reivindicar aquilo que é negado por quem você reelege. 
O PSDB trata políticas públicas não como direitos, mas como um produto que a população deve ter recursos financeiros para adquirir. Nesse sentido, há também u ma parcela da sociedade paulista que enxerga os avanços que teve ao longo de 12 anos de governo federal do PT não como uma melhoria do papel do Estado, mas como um mérito individual. Não há nenhuma articulação entre a mudança de trabalhador manual para trabalhador de serviços e as mudanças sociais no país. É visto como uma ideologia de classe média, que é a do esforço individual. 
Entretanto, há outro componente. É cedo ainda para avaliar a relação entre o saldo final das manifestações de junho e o alto número de abstenções e de votos brancos e nulos - 19,39% se abstiveram, 3,84% votaram em branco e 5,80% em nulo. O crescimento de Aécio Neves na reta final da corrida presidencial e diminuição da representação dos trabalhadores no Congresso, tem um claro reflexo do trabalho feito pela mídia tradicional pela despolitização da sociedade. 
É importante ressaltar que mais têm acontecido no país é um processo realizado pela grande mídia , tanto impressa como falada como televisa, e sobretudo nos últimos quatro anos, de esvaziamento sistemático de toda e qualquer discussão política. Você tem a operação da comunicação por slogan e algumas imagens. Eu diria que os partidos políticos são responsáveis também pela ausência de um grande debate político. Ou porque não têm o que propor, ou porque não querem entrar neste debate.